Oclarinet…
às duas por três partiu…às duas por três chegou.
Um
pouco “pra poder recuperar/ o direito a respirar”. Olá! Sérgio Godinho!!! Para
espirrar o ar inquinado e sufocante com que o jornalismo desfigurado, deste
equinócio até solstícios adjacentes, contamina a nossa existência.
Bernardo Ferrão, jornalista promovido nesta época - para
esta época, comentava antes de ontem os jornais do dia, no Jornal das Dez da “SIC Notícias”.
Dizia o comentador/jornalista (!) que o título do jornal
Público “ Portugueses nunca tiveram tanto dinheiro em depósitos à ordem”
levava-o à conclusão “que os portugueses aprenderam alguma coisa com o que se
passou nos últimos quatro anos”… “perceberam que é preciso poupar”. Daí,
Bernardo Ferrão disse que era levado a “outro raciocínio”. E raciocinou; “O
Partido Socialista aposta muito em dar mais dinheiro aos portugueses porque
dessa forma aumenta o consumo, dessa forma estimula a economia e cria emprego,
etc.” e concluiu a dúvida existencial/essencial; “-será que os portugueses, se
tiverem mais dinheiro, vão gastar mais, ou optar por poupar como se sugere
aqui?” (SIC)
Santinho! Os que têm para guardar, e a alguns sobrou dos
bens que tiveram de vender para pagar dívidas, têm o dinheiro à ordem porque os
juros baixos dos depósitos a prazo não pagam o risco da banca trafulha. “Aprenderam
alguma coisa com os últimos quatro anos” e querem o seu dinheirinho disponível
em vez de jogado em segredo pelo sistema financeiro. Quando 60% dos activos da
banca estão à ordem é porque não há confiança no sistema. Os juritos não
justificam o risco, ponto.
Quanto ao perigo dos portugueses terem dinheiro para
gastar (que raio de campanha) ou não consumirem, é evidente confusão de Bernardo
Ferrão. Para azar, hoje o mesmo Público titula “Poupança das famílias recua com
aumento do consumo”. É o INE a baralhar o argumentário do governo e de quem lhe
dá apoio lançando dúvidas apenas sobre os programas da oposição.
Eu não tenho como poupar, ontem cortei-me num dedo com
uma faca e a minha mulher disse sem humor nenhum, indiferente, ”aproveita para
ver a glicémia”. Vi, tinha 138. Poupei uma picadela, é certo, mas beneficiei
com a facada? Isto é que é uma dúvida Sr. Bernardo/comentador/jornalista.
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