domingo, 13 de julho de 2014

Bloco de Esquerda mais forte e pequenino.

Bloco mais forte... Jul.2014
O Bloco de Esquerda (BE) está mais forte e pequenino. Atarracado.

A corrente criada por Miguel Portas - Política XXI / Fórum Manifesto - decidiu no sábado desvincular-se do partido. Hoje surgiu a confirmação de que Ana Drago sai do Bloco de Esquerda.

Na quinta-feira, num almoço de amigos onde estava um quadro do BE, este garantia-me que a ex-dirigente e ex-deputada do Bloco não ia sair. Ontem, um fundador da UDP/PCP(R), que não passou para o BE, dizia-me que “quando os deputados do BE eram muitos não havia tantas dissidências”.

Prefiro ir pelos factos políticos. O ponto dois da resolução política aprovada pela Assembleia Geral do Fórum Manifesto diz o seguinte:

“As derrotas consecutivas que o BE acumulou nos últimos anos, e que o conduziram à magra expressão eleitoral obtida nas últimas eleições europeias, não são um reflexo de factores externos. São fruto da acumulação de erros não corrigidos, inscritos numa orientação política que divorciou crescentemente o BE do seu potencial eleitorado. Perante a opinião pública, o Bloco vincou, ao longo dos últimos anos, a imagem de um partido cada vez mais virado sobre si próprio, indisponível para o diálogo e para a convergência com outras forças políticas à esquerda; centrado no protesto, e por isso indisponível para estabelecer compromissos efetivos de governação; revelando uma insuficiente, inconsistente e até, por vezes, contraditória construção programática. Isto é, um partido que surge aos olhos dos cidadãos como incapaz de responder, com realismo, credibilidade e determinação, aos problemas e desafios com que o país se confronta de forma dramática e urgente.”

A demissão de Ana Drago, em Janeiro, da Comissão Política do BE, já anunciava um Bloco que em vez de contribuir para o desbloqueio da esquerda, era o próprio a bloquear. As justificações, em Junho, por parte da direcção, do desastre eleitoral nas Europeias revelava que não haveria consequências para a liderança do BE. Hoje não há surpresas.

Com sondagens a dar a vitória à direita que está no poder, após três anos de destruição do país e de empobrecimento forçado dos portugueses, os problemas internos no BE até podem ser uma boa notícia.

Se o BE é incapaz de contribuir para uma solução que pare a reedição de Passos Coelho, fique com a chamada pureza ideológica e a contestação inconsequente (até dos sacos de plástico- clicar aqui).

A Esquerda tem de ser outra coisa; credível nas soluções e capaz de acordos com forças políticas e sociais que travem a tragédia em que fomos metidos.

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9 comentários:

Anónimo disse...

E para a qual (tragédia) muito contribuiu o BE e já agora o PCP. É preciso não esquecer.
Os interesses dos que votaram o bota-abaixo de Sócrates foram alterados? Os seus vencimentos foram reduzidos? Para eles tudo na mesma. Quem se lixou foi o povo que eles dizem defender. Enquanto não surgir alguém que diga que "O rei vai nu (a esquerda)" isto não muda. Já agora, não sou socratista!

Carlos Leça da Veiga disse...



Acordos com outras forças de esquerda? Fico estupefacto com essa opinião. Se cada um é mau e o bloco é um exemplo vivo, todos juntos seria, ainda, bem pior e um bom presente para a direita pois o papão comunista voltava a vir à baila. Quem continua a levar os manifestantes para São Bento só comprova que este regime está a convir-lhe e é um bom colaboracionista. CLV

Unknown disse...

Meu caro Leça, não me referia ao PCP, como (não sei porquê) entendeste; garanto-te que já ninguém receia “papões comunistas”, a não ser, talvez, aqueles que analisam os factos políticos obcecados com o que o “partidão” está a fazer, ou no que poderá fazer. Não partilho tal fobia.

A direita (aquela que está no poder) dá-se muito bem com quem contraria quaisquer organizações que se lhe oponham, não com quem se manifesta contra ela.

Estupefacto fico eu, em ver (não és o único) vários dos meus amigos e camaradas a oferecerem ficções como alternativa imediata a Passos Coelho (ao neo-liberalismo). Eles são golpes militares, revoluções proletárias, revoluções socialistas, insurreições, etc. Tudo antes de 2015, como convirá para recusar o derrube eleitoral de Passos Coelho, o único viável se deixarem de fazer tanta asneira.

Para a democracia, para as lutas dos trabalhadores, se quiseres para os utentes da Escola Pública e do Serviço Nacional de Saúde (por exemplo) não é indiferente o poder ser desta direita ou de um centro esquerda. A experiência actual com Passos Coelho demonstra-o. Não é tudo igual – é mentira que seja o mesmo negociar (por exemplo) uma lei laboral com Passos ou com Costa.

O que o Fórum Manifesto (Ana Drago) diz pretender é uma “plataforma com expressão”, para dois objectivos – “evitar uma maioria absoluta do PS nas próximas eleições legislativas, e evitar que, na situação de uma maioria relativa, o PS se coligue com a direita”. Pode-se discutir, mas entre isso e a inutilidade de garantir longa vida à organização política onde militavam (à imagem do vida longa do PCP) demonstra alguma coragem.

Enquanto houver liberdades democráticas vão ser criados espaços de intervenção política. Não critico esforços de diálogo e compromissos entre as esquerdas nem tenho capela para proteger. Serão logros ou miragens? Logo se vê! Não atiro a tudo que mexe.

A “revolução” - o céu, fantasias e alucinações seguem dentro de momentos.

Navegador disse...

Depois do Bloco vamos ficar com o Bloquinho, de Esquerda (Reconstruída) claro.

Unknown disse...

vejamos
1 escreve o A "Estupefacto fico eu, em ver (não és o único) vários dos meus amigos e camaradas a oferecerem ficções como alternativa imediata a Passos Coelho (ao neo-liberalismo). Eles são golpes militares, revoluções proletárias, revoluções socialistas, insurreições, etc. Tudo antes de 2015, como convirá para recusar o derrube eleitoral de Passos Coelho, o único viável se deixarem de fazer tanta asneira.
CONCORDO urge parar com a remontada neo-liberal que arruína este país
MAS...o sr. Costa não será uma mera versão mais cor-de-rosa da tenebrosa 3ª via social-democrata que abriu na Europa as portas a esse desastre aqui bem patenteado pelo socratismo ? não quererá ele apenas um chapelinho de esquerda formado pelos fóruns diversos para enfeitar essa politica?
PERGUNTARÃO E ENTÃO ?
pois... só uma força de esquerda ,com peso politico ,capaz de congregar uma massa significativa de eleitorado e impor ao A.Costa uma politica diferente nas áreas que citaste SAÚDE EDUCAÇÃO TRABALHO etc valerá a pena
e temos pouco tempo e o BE parece não a desejar... infelizmente

Anónimo disse...

1. CONCORDO
as soluções não são golpes militares,revoluções,insurreição etc no curto prazo para parar o avanço neoliberal na UE e em 2015 por cá
2.NÃO ESQUEÇO
q a 3ª via social democrática abriu as portas a essa vaga e o socratismo foi bem o pedaço com que apanhamos
3 PENSO
só uma força de esquerda forte,com peso social e eleitoral pode contrabalançar neste momento esta desgraça e com capacidade de "obrigar um PS " a praticar politicas nos domínios da SAUDE EDUCAÇÃO TRABALHO diferentes
4 TEMO
que os foruns e quejandos venham a servir de mero enfeite de "esquerda" ao A. Costa pois recordo em TÁLIA o sucedido com O IL MANIFESTO

Carlos Leça da Veiga disse...

Só hoje vi o que o Dr.Rosas escreveu e um outro corroborou. Com toda a frontalidade e sem receio dos nomes que ser-me-ão dirigidos reafirmo que se não forem - mais uma vez na História portuguesa - os militares, jamais sairemos da desgraça em curso. Agora, mais outra vez, o que faz falta é correr com a choldra e, num tempo seguinte, impedir que os partidos políticos, bom grado imprescindíveis, sejam proibidos de ser intermediários obrigatórios da formação dos Órgãos de Soberania. Afinal fazer uma Constituição democrática.

Unknown disse...

O único nome que te chamo é… equivocado. Primeiro, não é aqui o guiché para requisitar golpes de Estado; segundo, se não quiseres passar por profeta da desgraça eterna (não só da desgraça em curso) devias dizer onde vislumbras alguma farda sem outro apetite que não seja velar pela continuação da modorra dos dias. Se, nem com a maior parte das unidades, no 25 de Novembro, saíram do entorpecimento das casernas, sabendo que iam ser tramados pessoalmente, agora só se mexem para não lhes irem muito ao bolso. E o bolso é sempre negociável, é confronto de baixíssima intensidade.

Defendo hoje (como sempre) a existência de partidos, só acho que há poucos. Tu não tens nenhum para ti e eu não tenho outro para mim.

Carlos Leça da Veiga disse...

Equivocado??

Onde anda a tua objéctividade.

Imaginar que vai ser a população ou um seu guia partidário quem derrotará a prepotência neoliberal nada mais será que ficar, como no salazarismo, à espera da intervenção decisiva da tal frente democrática. A este propósito e para contestar o erro que elaboras sobre os militares recordo-te que se não tivessem sido dois militares, o Capitão Henrique Galvão e o General Delgado nada de significativo em matéria política tinha acontecido no País. Ainda deves recordar-te que o 25 de Abril - uma operação militar de excelência - foi feita por militares. Não sito mais qualquer outro dos exemplos possíveis de dar.

Que sabes tu do que passa pela cabeça dos militares? Serão, como perfilhas, os tais inúteis que só pensam no seu bem-estar. Ouvi dizer isso durante muito tempo mas a verdade é que foram eles quem fez o 25 de Abril. Um ou dois meses antes desta data gloriosa era dito à boca cheia, exactamente, o que dizes agora.

Temos de reconhecer que se a população não lhes dirigir a palavra não são eles - e muito bem - quem deve intervir. Bem melhor seria que a CGTP, para deixar de anestesiar os seus seguidores, não insistisse nas idas a Belém e a São Bento e, como no antigamente, contentar-se em pedir ao Tomás que demita o Salazar. Hoje em dia o que devia fazer era levar a População à CEMFA para pedir-lhe uma intervenção.

Estamos conversados. CLV