sábado, 23 de fevereiro de 2013

Eleições Itália. Quem são. Na senda do populismo.

Sondagens Italia. Fev.2013
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Em Itália assiste-se à refundação da política, contra o populismo, o domínio externo e a própria história política conturbada dos últimos 20 anos. Parece uma batalha desigual perante as primeiras páginas italianas dedicadas à comédia política e às pressões da finança internacional.

Depois do desaparecimento dos partidos tradicionais na década de 1990, que dominaram a vida política, o cenário partidário italiano fez-se de coligações com antigos membros desses partidos, distribuídos por uma miríade de organizações. A grande maioria dos protagonistas políticos de hoje em Itália é ex- qualquer partido.

As duas actuais grandes coligações de centro esquerda e centro direita, vêm de outras composições para as legislativas de 2001, período vegetativo (L´Ulivo; La Margherita) de recomposição partidária, e do aparecimento de Berlusconi, subproduto da operação anti-corrupção “mãos limpas” (!).

O CENTRO ESQUERDA: Partido Democrático (PD), esquerda reformista; líder das sondagens, de Pier Luigi Bersani, resulta da fusão (em 2007) dos Democratas de Esquerda (DS) ex-Partido Comunista Italiano (PCI) mais alguns movimentos, com “A Margarida”, (católicos progressistas). Outros movimentos e partidos que fizeram parte de “A União” para as eleições de 2006 (eleito Romano Prodi contra Berlusconi) compõem o PD.

A aliança do PD com a formação Esquerda Ecologia e Liberdade (SEL) de Nichi Vendola, governador de Puglia e ex-dirigente da Refundação Comunista (ex-PCIs) põe entraves a uma hipotética aliança pós eleitoral do PD com Monti.

O CENTRO DIREITA: Povo da Liberdade (PdL), direita, segunda maior coligação nas sondagens, foi fundado em 2009 pela fusão da Forza Italia de Silvio Berlusconi e a Aliança Nacional de Gianfranco Fini, outros pequenas organizações conservadoras, liberais e democratas cristãs aderiram. Foi governo em coligação com a Liga Norte de 2008 até 2011. Apoiou o governo tecnocrático de Mário Monti e tirou-lhe o tapete o ano passado. Berlusconi faz as promessas irrealizáveis do costume.

OUTROS: Movimento 5 Estrelas (M5S), terceira força política nas sondagens, populista e aparentemente radical, é um movimento político que se aproveita de sentimentos anti partidos para eleger políticos. É um partido fraude, uninominal como um Cristo sem apóstolos (normas locais proíbem que militantes se expressem nos meios de comunicação); Beppe Grillo é a única voz pública, é homofóbico e xenófobo, egocêntrico que empresta o logotipo do blogue a quem o venerar. Diz que as ideologias acabaram, aceita os neofascistas da Casa Pound, mescla propostas reacionárias com o que o povo gosta de ouvir. Grillo tem uma visão contabilista e administrativa (neo-liberal) da política, é um Gaspar com os estudos do Relvas. Mas prega bem o moralismo, portanto, o M5S vai dar muitos tachos políticos em nome do combate aos tachos.

CENTRO: O centro é de Mário Monti, o Partido do Centro (UDC) democrata-cristão, de Ferdinando Casini, é o mais antigo e maior partido centrista em Itália, apoia Monti. A formação Escolha Cívica – Monti pela Itália é apoiada por Monti para apoiar Monti, o homem da Goldman Sachs. 

O tecnocrata da União Europeia, onde foi comissário, ainda pode ter um papel em Itália, não pelos votos nele, mas pelos votos que quer os juízes anti-máfia (como António Ingroia) ou Beppe Grillo tiram ao centro-esquerda, (em particular na Lombardia e na Sicília) através da prédica primária anti-corrupção. Um discurso que faz menos sentido agora que em outros tempos, pois as organizações principais têm elementos que combatem ou combateram a máfia ou limparam as hostes. 

Não é certa a vitória de Bersani, a diferença para a direita está dentro dos indecisos, mas não é indiferente para a política europeia e para os países intervencionados, uma mudança em Itália no sentido do reformismo de centro-esquerda.

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