sábado, 30 de junho de 2012

A manifestação de 30 de Junho. Lisboa.



Fotos 4 Manif.30 Junho.Jun 2012

Atendendo às organizações que aderiram à manifestação do Movimento Sem Emprego, realizada em Lisboa, o número de participantes terá ficado aquém do esperado. As convocatórias via redes sociais são muito incertas e o Movimento luta com falta de outros meios.
Fotos 1 manif.30 junho.Jun2012
 
De qualquer maneira marcaram uma presença combativa e terão eco na imprensa que esteve presente. Também serve para corrigir os desacertos da convocatória e organização com vista a outras realizações. A mobilização de desempregados para manifestações nunca será tarefa fácil; não há razão para desalento mas vários equívocos a emendar.

Fotos 2 manif.30 junho. Jun2012
 
Para já, a multidão de desempregados sabe que há entre si um grupo de militantes que se manifestam, as coisas começam assim.

Fotos 3 Manif 30 Junho.Jun2012

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Apupos – o roteiro dos governantes.

Ministro Álvaro apupado na Covilhã (img.RTP).Jun2012
Sua excelsa insignificância, o ministro Álvaro, o etecetera mais fútil e incompetente da governação, foi apupado na Covilhã e não percebeu nada do que lhe aconteceu. A demonstrá-lo está a tentativa de desvalorizar a contestação, disse a banal criatura que “em todas as grandes mudanças, há vozes descontentes”.

Vejamos um quadro da mudança:quadro da mudança. A redução das receitas fiscais e o aumento das prestações sociais, previstos como resultado das medidas recessivas, por toda a gente excepto pelo governo, aumentou o défice para 7,9% do PIB, acima do registado no mesmo período de 2011. Com a meta anual de 4,5% de défice, como principal objectivo da governação austeriotónica, vêm aí mais pedidos de ajuda, mais endividamento e mais medidas de austeridade. Esta é a mudança em curso.

À insuficiência do ministro nem lhe ocorreu que estava num distrito em que foram despedidos 700 trabalhadores nos últimos dois dias, que a converseta do “diálogo social” é uma estupidez perante o facto de cada dia mais famílias estarem sem ganha-pão.

O ministro Álvaro Santos Pereira é apenas uma caricatura do governo, um boneco sem jeito nem presença, a imagem crua da inépcia política. Os outros responsáveis, como Victor Gaspar, resguardam-se do contacto com o povo e andam com segurança pessoal reforçada, são sinais do apoio popular que têm.
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Passos Coelho, Cavaco (principalmente depois de deixar passar a lei laboral) e a própria ministra da Justiça já provaram os apupos populares. Os apupos aos governantes vieram para ficar, são manifestações de desagrado que têm expressão mediática, pelo menos até os jornais e as televisões receberem ordem de as censurarem. O nosso “jornalismo” é muito obediente.

Manifestações sem promoção nos meios de comunicação são as dos desempregados, que hoje vão para a rua em várias cidades. O ClariNet vai estar na de Lisboa, às 15.00 horas, do Largo de Camões a S. Bento.

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sexta-feira, 29 de junho de 2012

Desempregados. 30 de Junho, Sábado.


Ampliar os apupos aos governantes!

Manifestação 30 de Junho.Jun 2012

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Alemanha perde com a Itália e Merkel com Monti.

Monti bate o pé a Merkel.Jun2012
Ontem foi um dia bom para os italianos, era preciso ganhar à Alemanha e foi o que a Itália conseguiu. De tarde derrotou a equipa de futebol e à noite a chanceler Merkel. Quer numa situação quer noutra não se sabe o resultado final, mas continuam em jogo - no euro do pacto de crescimento e no euro do futebol.

Portugal, pelo contrário, está a banhos psicológicos por causa da bola e sem tratamento visível por causa do euro. A cura era ganhar à Alemanha, no jogo não foi capaz e na política Passos Coelho nem vai a jogo; ou quando vai…é para marcar na própria baliza, o medo do adversário nem o leva aos penaltis.

Os povos latinos têm semelhanças, diz-se, mas notam-se mais as diferenças. Preparar-se mal, deixar andar e contar com a sorte, é apanágio desta gente aqui da ponta da Europa. Morrermos na praia ou nadar na areia é o nosso fado.

E agora? Agora é o costume, nova corrida nova viagem, evocar os heróis com séculos e não mexer uma palha.

É certo que temos uns companheiros de infortúnio na Europa que nos adoptou e tramou, daqueles que vão ao confronto, que partem muito depois e ultrapassam as lesmas nativas. Podíamos pedir-lhes uma boleia, atracar um reboque, mas os nossos timoneiros não encetam viagens sem ir à bruxa.

Deve ser disso, obedecemos à bruxa enquanto Italianos e espanhóis fogem da bruxa.

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quinta-feira, 28 de junho de 2012

Sem Emprego - Sábado 30 Junho 2012

Manifestação 30 Junho.Jun2012








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Ataque NATO? Turquia reforça-se na fronteira da Síria.

Material militar a caminho da fronteira com a Siria.Jun2012
Após a “reunião urgente” (ver aqui) da NATO, na última terça-feira, a Turquia enviou hoje um comboio militar para reforçar a presença bélica na fronteira com a Síria.
Comboio militar a caminho da fronteira com a Siria.Jun2012
A manobra militar realizada por cerca de 30 veículos, incluiu camiões com baterias de misseis, armas anti-aéreas e ambulâncias militares. O material chegou hoje à cidade costeira de Iskenderun, principal porto turco, a 50 quilómetros da fronteira com a Síria.

A agência Anatolia noticiou que veículos blindados foram levados até perto da fronteira; para as cidades de Sanliurfa e Reyhanli, ambas na província de Hatay, onde estão campos de refugiados sírios.

O primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdogan, que já tinha anunciado que qualquer movimento de tropas ou de material militar sírio que se aproxime da fronteira com a Turquia, seria considerado uma ameaça e um alvo militar, diz agora que não tenciona atacar a Síria, mas retaliará a qualquer acto hostil.

As peças estão montadas no terreno, falta a provocação (coisa que só depende da vontade política de quem quiser uma internacionalização do conflito sírio) para envolver a Turquia e a Síria, e os aliados de ambos, numa guerra.

A “reunião urgente” da NATO foi, pelos vistos, produtiva; o que produziu ainda não se sabe, mas não contribuiu para a paz naquela região e no mundo.

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quarta-feira, 27 de junho de 2012

A RTP não dá só bola. Força Portugal!

OLYMPUS DIGITAL CAMERA         Apanhei a RTP a dar uma notícia - está no endereço - clicar RTP


Sindicato da Construção pede demissão
 do ministro da Economia

A notícia por: Sandra Henriques 27 Jun, 2012 

O presidente do Sindicato da Construção de Portugal, Albano Ribeiro, pede a demissão de Álvaro Santos Pereira do cargo de ministro de Economia por causa das obras no túnel do Marão.

O Túnel do Marão, inserido na autoestrada que vai ligar Amarante a Vila Real, viu as suas obras pararem a 27 de junho de 2011. Um ano depois, o presidente do Sindicato da Construção de Portugal quer que Álvaro Santos Pereira seja responsabilizado pela sua falta de diálogo.

Albano Ribeiro garante que, das mais de 100 empresas que trabalhavam nos túneis, 40 já foram à falência no último ano. O sindicato considera que não faz sentido ter mais de 300 milhões de euros ao abandono e pede o recomeço das obras. Por isso, já pediu uma reunião com caráter de urgência ao governo.

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O Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil de Portugal está disposto a custear a deslocação do ministro da Economia, Álvaro Santos Pereira, ao Porto, para reunir com as partes envolvidas na questão do Túnel do Marão.

É mais fácil Portugal ganhar à Espanha nas “meias-finais” que descalçar a bota que o governo criou com a paragem das obras do Túnel do Marão. 

Força Portugal!

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terça-feira, 26 de junho de 2012

VASCO expõe na Casa Fernando Pessoa.

Casa Fernando Pessoa expõe VASCO.Jun.2012

Inauguração da exposição - hoje pelas 18.30h
 
Vasco de Castro em china e acrílicos .Jun.2012 (2)
Casa Fernando Pessoa
Rua Coelho da Rocha 16 Campo de Ourique
Lisboa

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segunda-feira, 25 de junho de 2012

Mercenários. Para-quedistas portugueses presos na Síria?

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De vez em quando aparecem notícias, em jornais e sites estrangeiros, sobre o envolvimento de mercenários e traficantes de armas portugueses a actuar em zonas de pré-conflito ou teatros de guerra:

Mais uma, referente à “guerra da Síria”, que pretendendo noticiar a detenção de traficantes de armas alemães, diz a certo passo que entre os 300 estrangeiros detidos na Síria, estão para-quedistas portugueses.

O artigo: Autor: Hispan TV de 24/06/2012

Hay más de 300 extranjeros encarcerados 

Siria ya detenido a más de 40 alemanes por tráfico de armas

Damasco, junio,24 – En las últimas dos semanas las fuerzas de seguridade síria han detenido a más de 40 alemanes en las aguas internacionales frente a la costa de Síria, bajo cargos de tráfico de armas en el país árabe.

Segun la agencia de noticias MSNBC, citando a un periodista alemán, los implicados de nacionalidade alemana son los empleados de una empresa de seguridade de Alemania, com sede en Stuttgart, que recentemente habian participado en diferentes proyectos en Líbia.

La fuente agregó que los alemanes están encarcelados junto com otros 300 extranjeros, entre ellos paracaidistas portugueses, (sublinhado meu), detenidos durante los últimos meses en Síria.

Sin embargo, hasta el momento ninguna autoridade alemana se há pronunciado al respecto.

Síria está siendo objeto de una injerencia extranjera por parte de algunos países occidentales y regionales, entre ellos Arabia Saudí y Catar, dos de los tantos Estados que han dotado a los grupos terroristas de armamento avanzado. El propósito de este flujo de armas es intensificar los ataques terroristas contra el Gobierno de Damasco y sus entidades estatales.

Desde mediados de marzo de 2011, Síria es escenario de una ola de violência, organizada y financiada por países extranjeros, los cuales tratan de presentar al gobierno de Damasco como el causante de la crisis, a fin de propiciar el terreno para una intervención extranjera.

Texto retirado de – http://www.aporrea.org/internacionales/n208273.html

Em Portugal não se sabe da detenção de portugueses na Síria, nem se conhece qualquer reacção das autoridades portuguesas; o que é normal sendo mercenários e o que poderá ser normal não se tratando de mercenários.

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Avião turco abatido na Síria mobiliza NATO.

Avião turco abatido na Siria.Jun 2012

Para já é só uma reunião urgente da NATO, o que sair da reunião vai explicar qual a razão de um país membro da NATO ter sobrevoado, com um avião de guerra, o território da Síria.

As forças armadas do Estado Sírio abateram na última sexta-feira um avião turco que violou o espaço aéreo do seu país. No Sábado o chefe de Estado turco admitiu que o avião terá momentaneamente sobrevoado a Síria “devido à grande velocidade a que voava”, citado pela agência Anatolia disse, “quando se pensa na velocidade a que os jactos sobrevoam o mar, é comum que atravessem as fronteiras por um curto espaço de tempo”.

A France Press cita a agência noticiosa síria SANA, e esta uma fonte militar que relatou: - Uma aeronave não identificada proveniente de oeste, violou o espaço aéreo sírio, sobrevoando a muito baixa altitude e alta velocidade as águas territoriais. As baterias antiaéreas abriram fogo, atingindo o avião que estava a um quilómetro de terra e que se despenhou a cerca de 10 quilómetros da costa de Lataquia”.

A NATO tem meios aéreos de espiar a Síria sem riscos, e sem envolver o uso de caças. A incursão só pode ter sido determinada para avaliar a capacidade de resposta militar síria. Apesar de a aeronave voar baixo foram detectados e os mísseis russos funcionam. Isto já se sabe.

Se não foi um teste, pode ser pior; uma provocação para justificar o envolvimento militar da NATO na guerra civil que o Ocidente e os seus aliados árabes têm alimentado. A reunião (urgente) da NATO pode dar a resposta.

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domingo, 24 de junho de 2012

Passos na América Latina; vendas zero, política zero.

Humala e Passos nos negócios.Jun2012

Passos Coelho vem condecorado da América Latina, é da praxe, nunca se vem de mãos a abanar. Negócios em concreto, nenhum se conhece; não tem a argúcia de vendedor do seu antecessor. Ainda se vive dos acordos bilaterais do tempo de Sócrates, da iniciativa dos privados, e dos tratados europeus.

“O Tratado de Livre Comércio com a União Europeia impulsionará o comércio bilateral com Portugal” foram as palavras do ministro do Comércio Externo e Turismo do Peru e é assim por todo o lado; “muito prazer em o conhecer pessoalmente, faz parte da EU? Pois, pois - bebamos um copo…”Negócios com Portugal ou com a União Europeia.Jun2012 Embaixadores de carreira, e ministros como Portas e Passos, só sabem dizer palavras de circunstância sobre investimentos, não existe qualquer desígnio ou planificação na política comercial externa. A AICEP de embaixadores e embaixatrizes, desligado do Ministério da Economia (existe?) é mais para dar beberetes. Quem devia promover as relações comerciais não tem dinheiro devido aos atrasos do Estado em pagar o que encomenda (e eu e muitos outros a arder com dividas deles!).

Pior que a inoperância são as gafes políticas de Passos Coelho. Não foi capaz de ter um discurso solidário com a democracia sobre a destituição de Fernando Lugo, presidente do Paraguai. Não tem segunda oportunidade. 

Disse, “observamos do exterior com muita atenção” e que não queria “fazer qualquer outro comentário, nesta altura, sobre os desenvolvimentos de uma decisão que foi tomada no Congresso paraguaio”.

O governo dos Estados Unidos da América (do norte) através do porta-voz para a América Latina, do Departamento de Estado, William Ostick, afirmou que se deve respeitar o processo contra o presidente Lugo. 

Para além das semelhanças entre o discurso oficial americano com a posição do primeiro-ministro português, (vai dizer que foi mal interpretado), Passos Coelho tem o azar de a posição da União Europeia ser de pedir “respeito pela vontade democrática no Paraguai”, conforme disse a representante da União Europeia para os Negócios Estrangeiros, Catherine Ashton, que elogiou a rápida reacção da UNASUL.

Ou seja, Passos Coelho podia ter ficado em casa, os portugueses que pagaram a viagem escusavam de passar estas vergonhas.

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sábado, 23 de junho de 2012

Golpe de Estado no Paraguai. América Latina responde.

Fernando Lugo.Jun2012
O presidente do Paraguai, Fernando Lugo, ex Bispo católico, progressista, foi destituído pelo Senado que o condenou num julgamento político em que foi acusado de “cumprir mal as suas funções”.

Todos os líderes da América Latina acusam a maioria do congresso de ter executado um golpe de Estado dissimulado, o que poderá levar à expulsão do Paraguai dos organismos comuns regionais, cujos estatutos exigem o respeito pelas regras democráticas. A presidente do Brasil, Dilma Roussef sugeriu de imediato a expulsão do Paraguai do MERCOSUL e da UNASUL, (o Mercado Comum e a União das Nações sul-americanas).

A morte de seis polícias e 11 camponeses “sem – terra” durante a desocupação de parte de uma propriedade de um político da oposição, foi o motivo para a direita paraguaia orquestrar o golpe de Estado, outras razões como uma reunião de jovens socialistas (em 2009) num comando militar, a assinatura do Protocolo de Ushuaia 2 (onde se criou um mecanismo de reacção a golpes de Estado no MERCOSUL), ou a insegurança e acusação de ser um “facilitador” das ocupações de terras, compuseram o libelo acusatório.

Sem tempo para organizar a defesa o presidente que na 5ª feira dizia não aceitar ser demitido, acabou ontem por acatar a decisão da maioria parlamentar de oposição.
Por detrás deste golpe estão interesses latifundiários, razões eleitorais e jogos geoestratégicos de desestabilização das organizações comuns da América Latina.

No Paraguai, terão sido roubados aos camponeses, durante a ditadura do general Alfredo Stroessner (1954-1989) e anos seguintes de governo do Partido Colorado (até 2003), cerca de 7,8 milhões de hectares de terras. A Comissão Verdade e Justiça, na informação de Junho referia que quase um milhão de hectares foi entregue entre 1988 e 2003 de forma irregular. Se nos 35 anos de Stroeessner correspondia a 19% das terras paraguaias, com a aceleração da agro-indústria e a ligação da direita aos grandes proprietários é evidente que um governo de Fernando Lugo incomodava, mesmo contendo políticos da direita.

A direita não esquece o papel do então Monsenhor de San Pedro, Fernando Lugo, na liderança dos protestos (em 2006) contra a reeleição de Nicanor Duarte, do Partido Colorado, organização que governava o Paraguai já há 61 anos. A nove meses das eleições no Paraguai retirar Fernando Lugo da corrida é também uma das razões do golpe.

Por outro lado, num período em que a América Latina está a concretizar formas comuns de se organizar, criando vários organismos de cooperação regional sem o controlo dos Estados Unidos da América, abrir uma brecha num país convém aos interesses imperialistas. As riquezas naturais da América Latina sempre foram cobiçadas e hoje sabe-se que estavam avaliadas por baixo.

Cabe aos líderes dos países latino-americanos dar uma resposta dura à situação actual, o que não deixará de acontecer na próxima cimeira de chefes de Estado do Mercosul que se realiza na próxima sexta-feira (30) na Argentina.
Comemoração.Caricatura de Victor Nieto
 
(P.S. - Passos Coelho acompanha a situação….!?)

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Falta Uma Semana.

Dia 30 de Junho.Jun2012



Sábado dia 30 Junho.Jun2012
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sexta-feira, 22 de junho de 2012

Alemanha – Grécia. Fernando Santos exemplar.

Fernando Santos - Imagem EPO
O futebol é independente da política, diz-se, mas a reunião com chefes de Estado (dita importante) que hoje se realiza em Roma tem hora para terminar. Ângela Merkel vai ter de sair dessa reunião para fazer um voo directo para Gdansk, onde vai assistir ao jogo entre a Alemanha e a Grécia, para os quartos-de-final do Campeonato da Europa.

“Gramava que a Alemanha perdesse” é capaz de ser uma frase muito ouvida por cá e outros lugares. As razões são várias e ultrapassam o desporto.

Recorde-se o que o “nosso” Fernando Santos (treinador da selecção helénica) disse após a vitória da Grécia sobre a Rússia. “Tudo o que nos inspira na História; o respeito pelo indivíduo começou neste país, a ciência e a Democracia nasceram na Grécia. É por tudo isso que é difícil dar lições à Grécia.”

Fernando Santos respondia a uma pergunta de um jornalista irlandês sobre se os comentários de Ângela Merkel sobre a Grécia ajudavam a inspirar os jogadores gregos.
A resposta de que “estavam inspirados pela história grega” valeu imediatos aplausos dos profissionais da televisão grega e causou, segundo se pôde ler nos jornais gregos, imensos comentários elogiosos nas redes sociais sobre Fernando Santos. Até que ele era “mais grego que os gregos”.

Foi adequado, culto e essencialmente muito bonito; Fernando Santos é um bom embaixador do melhor que os portugueses têm.

Por isso desejo-lhe e à equipa grega, toda a sorte, mais que a que tenho tido com o computador, a semana passada avariou e antes de ontem ardeu, ardeu mesmo e por isso tive de arranjar outro e ainda estou a tentar recuperar dados.

A Grécia ganhar à Alemanha compensava-me os desastres - e não é possível porquê? Vamos lá!

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quarta-feira, 20 de junho de 2012

Assaltantes. Cuidados redobrados com os assaltos.

Assaltos. Jun.2012
Às G3, como ao G20, pode ser dado bom ou mau uso, depende dos alvos. Quando o povo usa mal a arma do voto, sujeita-se.

Mas, como o muro das lamentações não mora aqui, venho dar conta de uma situação; as “tropas” estão a tomar posição. Não é propriamente “os tropas”, mas a tropa usada para ir ao bolso dos cidadãos, que como se sabe assume várias formas e veste outros tantos modelos.

Descobri no jornal “O Crime”; como o nome indica, uma “referência” no meio criminal/policial, que, – “segundo revelaram (ao jornal) vários responsáveis policiais”, estamos a falar da PSP e GNR, “para avançar com a renovação da frota (automóvel) terá primeiro de ser reunida a verba necessária em multas de trânsito e outras contra-ordenações, ou seja, cerca de Sete milhões de euros”. Sublinhado meu.

Não vou salientar a evidente caça à multa, (já o referi e deve ser lido por quem tem de renovar a carta de condução - clicar AQUI), mas antes o esforço dos governantes para criar estímulos que aumentem a produtividade de determinados funcionários do Estado.

Com a devida vénia ao “O crime” transcrevo parte do e-mail do comandante da Esquadra de Intervenção e Fiscalização Policial (EIFP) da PSP de Sintra, em que “o comandante simplesmente arrasou os 43 elementos” da esquadra. Diz assim:

«O rendimento da EIFP pode cada vez mais integrar-se na categoria de vergonhoso. Para vossa informação em Maio a produção foi de duas detenções e três autos de identificação. O que foi feito neste mês tem de ser feito por cada equipa a triplicar, no mínimo”, escreveu o subcomissário Rui Santos, acrescentando “Parece que se está a tirar férias do trabalho! Pois eu também vou tirar! Enquanto não aparecer um mês minimamente digno de uma semana de trabalho, não vou considerar pedidos de excessos e outras concessões”

O e-mail continua no mesmo estilo descontrolado e ameaçador, poupemo-nos. “Certo é que o e-mail está a revoltar os agentes, que se dizem pressionados a passar multas”. Diz o jornal.

São sete milhões em multas, e nestas alturas lembro a “voz corrente” que perante a campanha da polícia, para não se fazer sinais de luzes denunciando as suas emboscadas – dizia a campanha que pode sinalizar a um ladrão a presença da polícia – pergunta. “Quantas vezes te roubaram o carro, quantas vezes foste assaltado pela polícia”.

Eu não digo para sinalizarem com médios intermitentes a presença de operações stop, é crime e dá multa, mas confesso que fico satisfeito quando vejo esses sinais. Há alturas, aquelas em que é flagrante a caça à multa, em que esses sinais de luzes podem ser interpretados como do mais alto civismo.

Não pior mim, claro, que me pélo para andar sempre dentro da lei.

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terça-feira, 19 de junho de 2012

Egipto. Mubarak clinicamente morto.

Hosni Mubarak morreu. Jun 2012

Depois de em Abril de 2011 ter sofrido um ataque cardíaco após um interrogatório, Hosni Mubarak teve hoje um AVC estando clinicamente morto.

Entretanto os dois candidatos à presidência do Egipto reclamam ambos vitória e os Irmãos Muçulmanos convocaram manifestações para a Praça Thair, contra a Junta Militar.

A “primavera árabe” no Egipto, vai estender-se por várias Estações.

Post Scriptum: Outras notícias dão Mubarak em "estado de coma".
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Novo governo grego. ND,PASOK,DIMAR?

Governo grego ou sai das eleições ou da falta de entendimento dos partidos.Jun2012


Partidos de centro-direita e centro-esquerda estão a negociar os termos da participação de cada um no novo governo grego. À partida, a Nova Democracia (ND) e o PASOK (socialistas) estarão coligados (já estiveram seis meses, no inicio do ano) enquanto a esquerda Democrática (DIMAR) – (ver aqui quem são os partidos) não tinha decidido que forma irá tomar o apoio ao governo.

Recorde-se que Fotis Kouvelis, o líder do DIMAR, apresentou no Domingo sete pontos como condição para participar ou apoiar o governo. A limpeza do sistema político; a desvinculação da Grécia, em 2017, do memorando da troika; a restauração da capacidade produtiva grega; o desenvolvimento agrícola; a garantia de segurança dos cidadãos, o combate à imigração ilegal; a ampliação da segurança social.

As propostas de Kouvelis definem um programa de governo difícil de conciliar com o Memorando. Umas não trarão problemas, como o fim da imunidade parlamentar e ministerial para a investigação dos bens de membros do governo e altos funcionários desde 1974, ou a redução para metade do financiamento dos partidos, ou a introdução da representação proporcional, já outras como o congelamento dos cortes de salários e pensões, o fim da lei que permitiu reduzir o salário mínimo, o regresso dos contratos colectivos, ou o aumento do tempo de subsídio de desemprego, vão ter dificuldades em passar sem rever profundamente o acordo com a troika.

Mas é para isso que o governo grego tem de apontar, querendo continuar na Zona Euro e se a União Europeia “quiser” a Grécia. A renegociação do “resgate” nas medidas de austeridade e prazos é uma tarefa prioritária perante o agravamento das condições económicas da Grécia e dos gregos.

É evidente que os termos do acordo com a Grécia vão ser revistos, independentemente das ameaças de circunstância de Ângela Merkel. Nada funcionou com o anterior e tem de haver adaptações à nova situação grega.

A discussão eleitoralista entre partidos ditos contra ou a favor do resgate não passa de controvérsia bizantina, os gregos querem ficar no euro e ninguém lhes apresentou uma alternativa. A saírem, são eles mais meia dúzia, bem ou mal comportados, bons ou maus alunos.

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domingo, 17 de junho de 2012

Grécia. Resultado das eleições obriga a coligação.

Resultados eleições gregas. Jun 2012


    Resultados finais no fim do post   

Os pré-resultados das eleições gregas deste domingo impõem a formação de um governo de coligação, não há assim, alterações significativas em relação às eleições de Maio.

 - Sondagem (100% contados) à boca das urnas 19.00h – provisórios:

Nova Democracia (ND) – 28,6 % a 30%
Coligação de Esquerda Radical (SYRIZA) – 27,5% a 28,4%
Movimento Socialista Pan-helénico (PASOK) – 11% a 12,4%
Gregos Independentes – 6,8% a 7,8%
Alvorada Dourada (Golden Dawn) – 6,5% a 7,1%
Esquerda Democrática (DIMAR) – 5,8% a 6,6%
Partido Comunista Gregio (KKE) – 4,8% a 5,6%

Em relação aos resultados provisórios de Maio, os dois primeiros partidos subiram por ter havido menos dispersão de votos pelas organizações políticas mais pequenas. Todos os outros descem pouco, (sendo a maior do KKE), a excepção é o DIMAR que sobe ligeiramente; os neo-nazis da Alvorada Dourada têm votos para entrar no parlamento.

A história repete-se, para formar governo vai ser necessário negociar entre vários partidos, passando a ser fundamentais os resultados do PASOK, do DIMAR e dos Gregos Independentes e a predisposição para se coligarem.

Logo que existam resultados finais oficiais serão aqui publicados.

(Quem são os partidos gregos? Ver AQUI)



Resultados finais

                                                  Fonte:Ekathemerini

 
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17 Junho. Eleições para (quase) todos os desgostos.

Eleições.Calçada ou calçado. Jun2012

As eleições de hoje são todas muito importantes, mas exceptuando a segunda volta das legislativas francesas, em que se vai saber se Hollande governa em coabitação ou com maioria no parlamento, o que sendo determinante não é dramático, quer na Grécia quer no Egipto tudo aponta para que se instale maior confusão do que a que existe hoje.

Na Grécia o resultado parece depender da disposição psicológica na hora de votar, os gregos sabem o que querem mas têm dúvidas, como toda a gente, de que o voto (ou voto em quem) lhes traga o desejado. Fala-se em suspense como se uma vitória eleitoral de uma direita (Nova Democracia) ou de uma esquerda (Syriza) só por si decidisse o caminho da Grécia.

Apenas decide quem vai ser chamado a formar governo, ambos já tiveram essa missão e não conseguiram alianças que o viabilizassem. Daí que seja importante a votação nos outros partidos que caíram no esquecimento mediático. Como as sondagens na Grécia não acertam com um resultado pode haver surpresas.

O único partido grego que não aceita a União Europeia (EU) e o euro, é o comunista (KKE), todos os outros querem ficar na Zona Euro e todos os outros querem renegociar os termos do memorando da troika. Da própria EU vêm sinais que tal irá acontecer, independentemente dos resultados eleitorais. O dia seguinte à constituição de um governo, legislativo ou presidencial, ditará o futuro da Grécia.

A Grécia sai do euro se for ingovernável e é para essa situação que os partidos deveriam ter um plano B, O “plano B secreto” do Syriza (passar para a influência da Rússia?) não pode ser divulgado, e o da União Europeia só pode ser injecção de capital e redução da austeridade.

No Egipto a Primavera Árabe borregou, a democracia não veio com eleições, como aliás era esperado atendendo às forças políticas organizadas. Das manifestações não sai nada de orgânico e o poder político é sempre exercido por algo mais inteligente que um sapato no ar. No Egipto vai decidir-se quem nesta fase imporá a ordem (e de que tipo), se os islamitas se os militares e ambos têm dificuldades na coabitação.

As primaveras são cíclicas...como os invernos.

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sábado, 16 de junho de 2012

16 Junho. Milhares na manifestação da CGTP em Lisboa.

Manifestação 16Junho CGTP - oclarinet.blogspot.com

Como no passado sábado, no Porto, milhares de trabalhadores manifestaram-se em Lisboa em protesto contra a política do governo. Quando Arménio Carlos, líder da CGTP-Intersindical, iniciou o seu discurso nos Restauradores ainda saíam manifestantes do Marquês de Pombal.

Sob o lema do “combate à exploração e ao empobrecimento” estiveram presentes trabalhadores, reformados e muita juventude, dos distritos a sul de Leiria. Os protestos foram acompanhados de palavras de ordem comuns à manifestação nacional de 11 de Fevereiro e do 1º de Maio, o discurso actualizado para um momento de maior degradação das condições de vida, do aumento do desemprego e da precariedade.Manif.16 Jun.CGTP - oclarinet.blogspot.com Arménio Carlos, criticou a situação de haver dinheiro para os bancos e não para socorrer os trabalhadores que caíram no desemprego, responsabilizou Cavaco Silva (que à mesma hora era apupado na Póvoa do Varzim), caso não vete o diploma de revisão da lei laboral, de violar as normas internacionais do trabalho.

Mais manifestações serão realizadas enquanto não houver uma mudança na política do governo. Estiveram presentes membros do Movimento Sem Emprego, que distribuíram a sua convocatória para a manifestação de 30 de Junho.Manif.16 Junho.CGTP -oclarinet.blogspot.com
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quinta-feira, 14 de junho de 2012

Há racionamento nos Serviços Públicos de Saúde.

Observatório da Saúde denuncia política de Saúde.Jun 2012


Já tinha dado por isso; o relatório de Primavera 2012 do Observatório Português dos Sistemas de Saúde (OPSS) vem confirmá-lo, há racionamento nos serviços públicos de Saúde, não por ordem directa do governo mas por imposição das medidas de austeridade do governo, o que vem dar ao mesmo.

Não mandaram ninguém deixar de fornecer bons cuidados de saúde, limitaram-se a fazer cortes nos orçamentos dos serviços que impedem que os cuidados de saúde sejam prestados de forma conveniente. Racionamento é o termo usado pelo OPSS e é verdade; dei por ele no número de análises que a minha doença crónica obriga a fazer, são agora menos e mais espaçadas (espero que dentro dos critérios mínimos) damos por ele nos simples pensos usados após uma cirurgia, no mesmo hospital temos direito a um bom penso numa secção e direito a uma doença de pele provocada por um penso noutra.

Enquanto fica pelos pensos, penso que não é muito grave, obriga o próprio a comprar do seu bolso material adequado, se tiver meios para isso; já quando chega aos fármacos, tratamentos dispendiosos ou meios de diagnóstico que se não fazem, o racionamento nos serviços públicos de saúde leva a mais despesa posterior, quando não à morte do doente.

Diz o jornal Público que «no relatório sobressai a suspeita de “indícios de que podem estar a ocorrer situações de racionamento implícito nos serviços de saúde”, a denuncia sobre as “designadas “taxas moderadoras” que o não são” e o aviso sobre os “sérios riscos de degradação” que enfrenta a reforma dos cuidados de saúde primários – a mais importante reforma do Serviço Nacional de Saúde das últimas décadas.»

Após a leitura do relatório voltarei a este tema, o mais importante da “revolução passista”, cujo objectivo estratégico é a destruição do Serviço Nacional de Saúde como Sistema Universal. O que temos visto (vi acontecer em Chaves) é que o desinvestimento nos Serviços Públicos de Saúde tem como principal missão entregar aos privados um negócio altamente rentável.

Cabe aos portugueses, que são todos utentes, não deixarem passar com a usual “paciência” esta “revolução privada passista”, o acesso aos cuidados de saúde é universal, é para todos.

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Grécia. Corrida aos bancos, euros a voar das contas.

Levantamentos diários de milhões de euros na Grécia. Jun.2012

Os levantamentos de euros dos bancos gregos “continua a bom ritmo”, ler aqui: -Pânico. Gregos levantam entre 100 e 500 milhões de euros por dia ”. Esta situação junta-se à fuga de capitais, da Grécia para o exterior, que começou no início da crise, em 2009, como tem sido relatado pela comunicação social e pelas próprias autoridades gregas.

A proximidade das eleições e as incertezas sobre o que provocarão é responsável pelo actual movimento anormal das contas bancárias; anormal mas justificado, os gregos podem ou não ficar no “Euro”, mas querem assegurar-se de que ficam com os seus euros.

O anúncio de se vai tirar dinheiro aos ricos e o risco de se ir trocar o dinheiro de todos por uma moeda que valerá talvez metade, não podia ter outro efeito. Tal como o anúncio de que se vai dar passaportes aos emigrantes ilegais que entram na Grécia, só poderá ter como consequência a reposição de fronteiras e o fim do “”espaço Schegen”. Trocar votos por mais dificuldades para futuro é de êxito duvidoso.

Pior que o dinheiro que sai e só voltará com estabilidade, é a saída de milhares de jovens, precisamente os mais capacitados para reconstruir a economia; os jovens cuja educação custou milhões à sociedade grega. Desses, que fugiram da austeridade procurando a prosperidade no estrangeiro, só alguns voltarão e dependendo das oportunidades oferecidas. Por agora têm pouca confiança no futuro próximo da Grécia.

Os levantamentos de euros dos bancos é uma sondagem que não engana, os gregos vão às urnas no domingo pouco convencidos de que a sua moeda continuará a ser o euro. Estas cautelas colidem com o optimismo do líder do SYRIZA que tem afirmado que “os líderes europeus não podem correr o risco de uma saída da Grécia da zona euro”.

Entre as pressões das análises mais catastrofistas e a solidariedade de políticos como a alemão Daniel Cohn-Bendit, que afirma que “a Grécia não pode ser relegada para a lata do lixo da história” e que “ independente do resultado das eleições, os europeus têm de continuar as negociações com o novo governo grego” aparecem notícias contraditórias.

Uma, generalizada a vários países, da grande China à mais pequena empresa europeia, dá conta de que todos se preparam para as repercussões da saída da Grécia da zona euro, outra que o FTD (Financial Times Alemão) trazia agora, diz que a “União Europeia vai abrandar a austeridade” nas “negociações que espera sejam duras, com o novo governo”.

A flexibilização do programa de austeridade terá sempre de ser um ponto de partida para o caso de a EU querer manter a Grécia na zona euro, independentemente do resultado das eleições gregas; sabe-se que a maioria dos alemães não o deseja mas quem decide são os líderes, e aqui os interesses de Merkel e do seu eleitorado podem entrar em choque.

Em qualquer circunstância o que espera os gregos não é um mar de rosas, e eles sabem-no.

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terça-feira, 12 de junho de 2012

As portagens. Tráfego nas ex-SCUT abaixo das previsões.

Quebras de tráfego nas ex-SCUTs excedem as expectativas.Jun2012

É patente para quem usa as antigas SCUT que elas têm muito menos tráfego que antes de terem portagens. Os números do relatório do 1º trimestre do Instituto de Infra-estruturas Rodoviárias (InIR), citados pelo jornal Público, vêm confirmar que a introdução de portagens reduziu a utilização dessas auto estradas em percentagens inesperadas.

A comissão de utentes das antigas SCUT do Norte “apelou à realização de um estudo sério às consequências da introdução de portagens face a quebras de 45% de tráfego, duvidando da rentabilidade dessa cobrança” refere o jornal.

A concessão do Grande Porto voltou a perder tráfego em 2011 face ao ano anterior (-2,7%) que somado à quebra de 2010 “chega a 45,4%”. No Norte Litoral a A28 (-4,4% tem uma quebra de 25,4%.

Outras quebras em um ano – 2011/2012 -1º trimestre: a Via do Infante no Algarve com menos 56,7%; Beira Interior (A23) menos 39,8%; Interior Norte (A24-Viseu/Chaves, saída Vila Verde da Raia) menos 39,3% e a concessão das Beiras (A-25, saída Vilar Formoso) menos 23,8%.

Os números são expressivos, quer as auto-estradas internas, quer as de saída/entrada do país, por onde transitam exportações e importações, têm quebras no tráfego médio diário que não deixarão de ter peso na economia portuguesa.

O estudo que a Comissão de Utentes do Norte quer, é uma exigência nacional perante os números do Relatório do InIR. As portagens nas SCUT não beneficiam o Estado e prejudicam a economia local e nacional.

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segunda-feira, 11 de junho de 2012

Chile. Homenagem a Pinochet e repressão dos protestos.

Polícia reprime manifestação contra homenagem a Pinochet.Jun2012

Realizou-se ontem, em Santiago do Chile, uma homenagem ao ex-ditador chileno Augusto Pinochet, numa tentativa de branqueamento do seu poder autoritário e repressivo.
Homenagem a Pinochet no teatro Caupolicán em Santiago do Chile.Jun2012
Partidários da ditadura que matou, em 17 anos de poder, mais de 4 mil pessoas e torturou dezenas de milhar de homens e mulheres exibiram no Teatro Caupolitán um documentário de exaltação à figura do ditador.

A Associação de Familiares de Desaparecidos e Mortos do Chile, assim como o Instituto e a Comissão Parlamentar dos Direitos humanos, lamentaram a autorização pela “Corte de Apelação do Chile” da realização da homenagem.
Manifestantes contra homenagem a Pinochet.Jun 2012
Apelos ao presidente Sebastián Piñera também não impediram o acto, o que não admira conhecidas que são as relações dos fundadores da actual direita no poder, com a ditadura de Pinochet (ler aqui).

A polícia de intervenção “fez a segurança” da homenagem ao ditador, reprimindo os manifestantes que sitiaram os arredores do teatro. Atacaram a população que pugna pelos Direitos Humanos, em defesa de um milhar de saudosistas do regime criminoso e sangrento de Pinochet.

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França.Esquerda com maioria, um exemplo para o PS.

França.Resultados finais 1ª volta legislativas. Jun2012

Esquerda consegue garantir maioria na primeira volta das legislativas em França.

O processo de mudança do poder político em França começou em Setembro de 2011 com a vitória socialista nas eleições para o Senado. As eleições locais e regionais tinham sido indicadoras da ascensão do partido socialista, mas só em Outubro, com a definição do adversário de Sarkozy, se criou corpo popular de apoio à mudança política.

O método adoptado para a escolha do líder socialista, com a participação dos simpatizantes de esquerda, terá sido a principal razão da mobilização e fidelização ao projecto de mudança.

A escolha dos dirigentes partidários, quer do PS quer do PSD, por uma pequena parcela de socialistas ou de sociais-democratas, tem criado dirigentes cuja maior capacidade é o domínio do “aparelho”. Dominar um aparelho partidário tem sido o caminho mais curto para a candidatura a primeiro-ministro.

É um processo de democracia duvidosa, em que o papel dos funcionários, do caciquismo e do carreirismo têm importante relevo. Cria líderes como Passos Coelho, capazes de dar a volta a todo o programa histórico dos sociais-democratas, ou, como António José Seguro, incapazes de cumprir os mínimos do programa histórico socialista.

Entre os projectos ideológicos pessoais que usam os partidos como barrigas de aluguer e os projectos pessoais de carreirismo político, esvaziam-se os partidos e desligam-se os militantes e simpatizantes da vida política partidária activa.

O modelo francês é o exemplo de como tirar uma força política do marasmo. Não se pode pedir aos dirigentes instalados que revolucionem os métodos onde a sua posição pode ficar em causa, caberia aos militantes que acham importante a representação partidária alterar as formas de democracia; em França o Partido socialista abriu-se aos simpatizantes e os resultados estão à vista. Em Portugal há quem não se importe de ser irrelevante desde que seja líder.

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domingo, 10 de junho de 2012

Seguro exige para Portugal condições iguais a Espanha.

Seguro exige condições iguais para Portugal.Jun2012

António José Seguro não percebe porque “Espanha tem condições mais favoráveis” nos empréstimos financeiros que Portugal, porque há “países de primeira e países de segunda”. A razão é evidente: é porque Espanha, comparando com Portugal, não tem políticos de segunda, não tem oposição de segunda, não tem uma central sindical de segunda nem uma comunicação social de segunda.

O que Portugal tem é um partido socialista de última escolha, que é o inútil do Partido Socialista Europeu e que, oportunistamente, quer aproveitar-se de tudo o que os seus parceiros, governos ou povos da Europa conquistam.

Seguro quer migalhas do que a direita espanhola conseguiu em negociações, com a oposição, os sindicatos e o povo espanhol nas ruas, mas esteve calado quando Espanha tentava aliviar as metas do défice, quando Espanha anunciou contra a EU, as suas metas do défice, não elogiou como Soares a posição soberana de Mariano Rajoy. Seguro não esteve em manifestações, como o PSOE. Seguro apoiou a “regra de ouro” quando sabia que Hollande seria o mais provável presidente da França.

Seguro, finalmente, destruiu toda a sua pouca credibilidade quando, para inscrever uma adenda inútil num papel, se juntou a Passos Coelho e Merkel, contra Hollande na reivindicação das euro-obrigações (Eurobonds). Para se perceber a enormidade da posição política de António José Seguro, refira-se apenas que Mariano Rajoy, em plenas negociações para o resgate, na última terça-feira defendeu publicamente e no parlamento, as Eurobons, coisa que faz parte das exigências do PSOE.

Seguro escolheu um caminho para o Partido Socialista Português que é de pregar a paciência, incutir a paciência, praticar e aconselhar a paciência; uma característica de cobardia política já humilhantemente traduzida em análises sociais (até no New York Times) como fazendo parte do povo português. O povo português tem sido apenas enganado, está a ser enganado, pelo poder (naturalmente) e pela cobardia e oportunismo da falsa oposição.

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Espanha sob resgate com troika dissimulada.

Espanha sob resgate.Jun2012
Espanha pediu assistência financeira para a recapitalização do sector bancário. Vai ser concedido através de empréstimos de um dos fundos de estabilização europeus. O montante, segundo o Eurogrupo, terá um limite de 100 mil milhões de euros, (a Portugal foram emprestados 78 mil milhões, sendo 12 mil milhões para a banca).

Mariano Rajoy, ainda há uma dúzia de dia (28 de Maio) dizia que se “comprometia a recapitalizar a banca sem ajuda externa” mas não encontrou como, nem resistiu à pressão da União Europeia para fazer o pedido de ajuda formal.

Luís de Guindos, ministro da Economia espanhol anunciou o pedido e concessão da ajuda, tentando passar a mensagem de que não é um resgate. Um colunista espanhol escrevia ontem que “a imprensa internacional deve ter um problema com os sinónimos, pois toda ela fala em resgate”. Há imprensa portuguesa, domesticada pelo PSD/CDS, que faz a vontade a Luís de Guindos, em Espanha “rescate” (resgate) é o termo aplicado e explicado.

As “condições limitadas” que seriam exigidas a Madrid, anunciadas para “distinguir” o resgate de Espanha dos da Grécia, Irlanda e Portugal, não passam de simulação para consumo interno, a troika impôs medidas duras nos casos anteriores mas a União Europeia não deixa de exigir as reformas estruturais e a redução do défice acordado com Mariano Rajoy.

A Espanha terá a visita periódica do FMI para monitorizar a linha de crédito concedida e os “ajustes” na sociedade e economia espanhola estão em marcha, com os (re)cortes na saúde, na educação, nas autonomias e funcionalismo público, na imposição da nova lei laboral, e no que se seguirá. O Partido Socialista (PSOE) diz que o "resgate é má notícia" e chama Rajoy ao parlamento, ele, que não deu a cara para anunciar o pedido de "ajuda", foi "ver a bola".

Espanha pediu auxílio para sanear a banca mas está sujeita à supervisão total por entidades estrangeiras, Espanha não era Portugal, como Portugal não era a Grécia e agora estão todos no mesmo barco. Viajam em partes diferentes da embarcação, sentem o mar agitado com mais ou menos violência, mas a tempestade é a mesma.

Esta história trágico-marítima só terá piada quando os europeus que navegam nos iates se aperceberem que estão no mesmo mar que os países do sul, e que a descontrolada barcaça dos PIIGS mareia prestes a abalroá-los.

Post Scriptum.: Na hora em publicava este post, Mariano Rajoy dava uma conferência de imprensa, antes de ir assistir ao vivo ao jogo da selecção espanhola de futebol, as críticas na imprensa obrigaram-no a isso. Uma comunicação social activa, independente e exigente como a de Espanha fazia-nos aqui falta, é uma lacuna que explica a reacção diferente dos espanhóis e dos portugueses à intervenção externa.

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sexta-feira, 8 de junho de 2012

Euro 2012. Ronaldo e Messi usados por jornal alemão.

Alemães usam Messi e Ronaldo.Jun.2012

“Perdão da dívida para Real Madrid e Barcelona” dizia a manchete do caderno de desporto (pormenor em cima) do jornal Bild Zeitung, o de maior circulação na Alemanha; no subtítulo interrogava, “Serão os contribuintes alemães a desembolsar o pagamento de Messi e Ronaldo?”

A campanha tem barbas e tinha de aproveitar o “Euro 2012”. Os alemães continuam a ser convencidos que sai do seu bolso o pagamento das dívidas dos países em dificuldades, quando na realidade uma coisa é a contribuição para os fundos de coesão e outra os empréstimos dos “resgates” que não são a fundo perdido. Nas actuais “ajudas” “a Alemanha pede emprestado de graça e depois empresta com bom lucro”, (sobre os fundos de coesão, o saldo é favorável à Alemanha como se vê pela actual crise e seus reflexos na economia alemã).

A oportunidade de propaganda respigada do futebol, tem por base declarações do ministro do desporto espanhol, Miguel Cardenal, que disse sobre as dívidas dos clubes de futebol espanhóis, que era preciso fazer desaparecer essa dívida num prazo razoável. “Hacer desaparecer esta deuda” teve tradução no Bild “perdão da dívida”, o ministro espanhol já tinha esclarecido que são os clubes de futebol que vão pagar as suas dívidas e nenhuma será perdoada, mas fica a lêndea e ontem um jornal italiano continuava a saga iniciada no Bild.

O medo que é incutido no povo alemão tem consequências, sondagens recentes para a ARD, estação pública alemã, (que, como digo num comentário feito ontem, servem sobretudo para medir o grau de penetração das campanhas dos meios de comunicação), apontam para um aumento do receio face às incertezas do euro, 80% dos alemães acham que a crise vai piorar e 55% acredita que teria sido melhor continuar com o “marco” como moeda, nove pontos percentuais acima de uma sondagem similar em Novembro.

São este tipo de campanhas profissionais que sustentam as medidas de Angela Merkel, encravada entre a pressão da maioria dos seus parceiros europeus e a opinião pública interna, numa altura de pré-campanha eleitoral.

A vingança de Ronaldo podia ser contribuir decisivamente para a derrota da equipa alemã. Na campanha do “Euro 2012” isso bastava-me, nas outras campanhas o jogo é muito mais complicado e não é para futebóis.

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