domingo, 26 de fevereiro de 2012

Vem aí a reforma agrária!

Se a conversa fizesse florir...Fev. 2012 

A ministra Conceição Cristas, da Agricultura, do Mar, do Ambiente, do Ordenamento do Território e da Fé, – este último divide-o com o primeiro-ministro entre outros ministros, secretários de Estado e o próprio Presidente da República – deu uma entrevista ao jornal Público. O que disse deu para o jornal escrever que o que a ministra quer fazer, “lembra uma reforma agrária”.

Lembra mais a necessidade de fazer relações públicas porque não se tem solução para nenhum dos problemas prementes dos agricultores, dos produtores pecuários e das populações.

Depois de se ter conseguido, do governo de Cavaco Silva para cá, que agricultores e pescadores abandonassem as terras e o mar, quer-se agora recuperar o sector primário, coisa que todos os portugueses apoiam. Só que isso não se faz com conversa.

Como quer o governo atrair alguém para agricultura quando o que todos vêm nas televisões, nos jornais e ao vivo são queixas, com razão, dos homens da terra? O que fez Conceição Cristas para resolver os problemas que agora existem? Nada.

Em relação à seca prolongada, tem fé que chova. Sabe que já se perderam culturas de Outono/Inverno, que não há pastos suficientes e que os descapitalizados agricultores têm de comprar fenos e rações para dar de comer aos animais.

Diz na entrevista que os seguros “não funcionam”, sabe das dificuldades económicas do sector; no entanto o Estado ainda não pagou o que deve de 2011 aos agricultores, ouvi hoje na televisão que era para ser em Janeiro e foi atirado para o Verão. As reivindicações da reposição da ajuda à electricidade agrícola ou o aumento do benefício fiscal ao “gasóleo verde” não têm resposta, assim como não se vê uma iniciativa para minorar os prejuízos irreversíveis da seca.

A política do governo, como já se está a tornar habitual, é contraditória com os objectivos que apregoa, como querem auto-suficiência de produtos agrícolas, com o acumular de prejuízos dos produtores e esmagamento dos preços à produção.

O financiamento directo à agricultura não seria mais barato e eficaz que à banca, porque é que os contribuintes têm de pagar comissões aos accionistas dos bancos? Ou produtos mais caros e subida da inflação, ou produtos importados e consequente efeito na balança externa.

De nada serve expor planos de marketing para encher páginas de jornais e o próprio ego, a realidade está bem presente, a agricultura está ao Deus-dará – é preciso ter muita fé para trabalhar o campo.

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