terça-feira, 18 de outubro de 2011

Gráficos de Medina Carreira. A catástrofe.

GráficosOut2011

Apanhei ontem, de raspão, um programa de televisão onde Medina Carreira afirmava (com gráficos) que “se as despesas sociais continuarem a crescer ao ritmo dos últimos dez anos e a economia crescer ao mesmo ritmo dos últimos dez anos, em 2020 os impostos não chegam para as despesas sociais”.

A cantiga de outros como o novel comentador do regime Cantiga Esteves é de que o Estado Social já faliu. Medina Carreira, põe a coisa na condicionante, o “se” pressupõe que a situação pode ser alterada. No caso, pode ser mexido do lado das despesas sociais ou do lado do crescimento da economia, ou de ambas.

As medidas do Orçamento de Estado tiram razão a Medina Carreira, antes de 2020 os impostos não chegarão para cobrir as despesas sociais, não estamos “no ritmo dos últimos dez anos”. A opção recessiva do governo impede qualquer crescimento (que não seja negativo) e por consequência vai haver menos receitas de impostos, e ao mesmo tempo crescem as despesas sociais com mais desemprego e mais reformados. Reduzir o apoio social àqueles que dele precisam e baixar o valor das reformas é opção do governo, ainda envergonhada, mas subentendida na comunicação do Ministro das Finanças.

A catástrofe anunciada por Medina Carreira é a estratégia do governo, destruir a economia para justificar a impossibilidade do Estado Social. O medo, espalhado pelo governo e a comunicação social é para que se aceite a regressão social como inevitável, desistiram do crescimento económico, tudo fazem para virar em alto risco qualquer investimento privado, e público não há.

O ministro da economia, como é visível, nada sabe da matéria e tem as prioridades trocadas. Em vez de contribuir para a criação de empregos, acrescenta meia hora de trabalho grátis por trabalhador quando o problema não é o preço hora do trabalho. Vim agora de uma indústria que reduziu a jornada em meia hora diária por falta de encomendas. Há um mercado interno que o corte abrupto do consumo vai destruir. E sei, por experiência própria, que quem fecha indústrias por causa das opções dos governos não volta a investir.

Com este governo Medina Carreira terá sucesso a propagandear gráficos catastrofistas, são o retrato da governação.

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2 comentários:

Luis Moreira disse...

Mas tu acreditas mesmo no que estás a dizer? Há alguém que tenha alguma dúvida que este estado social é insustentável? Então com o cresciemnto do PIB na era socialista, sempre abaixo da média europeia...

Unknown disse...

Luís, não podes medir o crescimento do PIB por "eras"; cresceu no tempo de Cavaco, "tempos de destruição do aparelho produtivo" como foi negativo no tempo de Cavaco (1993). Cresceu muito com Mário Soares no I governo Constitucional, como foi negativo com Soares no IX governo. Foi negativo com Durão Barroso, positivo e negativo com Sócrates

As previsões (do governo) actuais são de menos 2,8 e não fazem ideia quando começa a crescer.
No tempo de Marcelo cresceu mais que em qualquer época e não nos serviu grande coisa.

O que não é sustentável é que o PIB não cresça quando o país está endividado a juros altos. Qual é a parte que é para cortar? Educação, Saúde, Prestações Sociais, Reformas? Equilibra as contas? Para pagar dividas ou seja o que for é preciso criar riqueza, é o caminho traçado por Passos/Portas?

É como aquele senhorio que fecha o inquilino em casa até ele pagar a renda, se não pode ir bulir, como arranja dinheiro para pagar ao senhorio?

Podemos nomear uns culpados pela divida do Estado, muitos são agora acusadores, mas, e dos particulares que é a parte do leão?

E não anda por aí uma cegueira a olvidar as responsabilidades do Sistema Financeiro (nacional e internacional)?